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Escritos # 0

Prólogo: aqui se discute o que será a base destes escritos e já dá um de seus resultados que é a lógica da necessidade pessoal da participação política


O que leva a separação do homem com seu próprio meio? O que leva um ser humano a não se reconhecer no sofrimento de outro ser humano, à sua frente? O que levam as premissas dessas perguntas serem válidas, ou seja, por que um homem deve se sentir integrado com o meio, participar politicamente e se reconhecer no sofrimento do próximo?
O ponto principal, que vem aqui rápido com um trovão, mas devastador como um tsunami, é que partirmos de que o ser humano não é um ser independente que pertença só a si próprio.
Muito se fala poeticamente que duas pessoas se unem no amor afetivo, mas essa união sempre acontece realmente aparentemente independente da existência do amor ou não, muito menos do amor que se fala na linguagem poética.
Sempre se está em contato mental com aquele que está próximo, uma interação realmente psíquica. Verificação e prova mais criteriosa desta afirmação será descrita mais tarde, a partir de experiências do dia-a-dia e narradas na pesquisa científica, para que não breque o texto, diluindo o raciocínio e cansando o leitor que já possui o conhecimento da existência dessa interação.
É extremamente espantoso como essa idéia seja tão pouco difundida entre as pessoas, que não se dão conta conscientemente de quão conectados estão dos próximos. Como negação, alguns o fazem por motivo de arrogância, outros não pensam em justificativas, outros utilizam como pano de fundo um falacioso respeito à individualidade e ao livre-arbítrio. Não se sentir parte do próximo se traduz em indiferença aos sentimentos e potencialidades do próximo quando não se vê a vantagem que isso irá trazer egoistamente falando.
O fato é que nosso cérebro participa do processo de pensamento do próximo e vice-versa, ele não fica confinado na cabeça, provavelmente devido a sua característica ondular e energética.
Assim, a partir do momento que nos entendemos algo que transcende nosso espaço físico, que estamos no pensamento e consequentemente nos sentimentos e ações de cada um que está em nossa volta, pelo menos, eliminamos a indiferença ao próximo, pois faz parte de nós. A busca por integrar-se ao próximo é a busca da própria expansão pessoal. Se levarmos em conta somente as emoções que provocamos no próximo pelos cinco sentidos, e o processo de pensamento que delas são desencadeadas, as conclusões já são as mesmas.
Se fazemos tanto parte do que nos rodeia, devemos cuidar desse meio porque ele também está em nós. Assim, apenas com o sentimento de sobrevivência, cuidando de nós mesmos, concluímos a necessidade pessoal de cuidar do que está em nossa volta, nossa natureza, nossa organização política e social, e a vida dos indivíduos.

A partir daqui, muitos outros desdobramentos vêm. Serão o assunto dos próximos textos filosóficos. O objetivo utópico no bom sentido é que o texto seja entendível a uma criança e assimilável por um nazista (naturalmente deixando de sê-lo)

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