Sociologia-socialismo e democracia

Dia primeiro de Setembro, deste 2007, fui ao acampamento Mário Lago do MST, próximo à cidade de Ribeirão Preto. Fui em um grupo saindo da USP para um dia de visita. Impressionante como os acampados queriam que ficássemos mais. Impressionante como queríamos ficar mais.
Durante o dia, a música do aliado g vinha à toda hora: " Tá aqui todo o meu apoio ao MST, satisfação em conhecer, e bem de perto pude ver, que não tem nada a ver com o que dizem na tv".
Poderia discorrer sobre as complexas organização do acampamento e do movimento, ou como elas se conversam. Ou a relação com governos e prefeituras. Ou como eles buscam o que querem utilizando-se das leis, e mesmo nos burlamentos da própria lei.
Realmente são tópicos bem interessantes, mas me interessou algo mais: fascinou-me a maneira como a idéia do socialismo como princípio entra no dia-a-dia das pessoas que vivem num movimento socialista, e, mais ainda, como cada um o utiliza para dar significado a sua própria vida. As pessoas que eu tive contato, extremamente receptivas, aplicam o socialismo nas idéias do dia-a-dia de maneira corrente e fabulosa.
Falo não de um socialismo marxista, ou neomarxista, ou de alguma outra corrente, mas como idéia de igualdade entre os seres humanos, não de quantidade de bens, mas iguais perante as regras do sistema. Também pode ser sinônimo de humanismo.
Saí de lá com a grande impressão que existem dois mundos hoje, o das cidades e o dos acampamentos e assentamentos do MST. E que a sonho não acabou, estamos apenas nos reestruturando para o combate. O caminho é árduo, mas os princípios de socialismo e democracia, unidos, um dia vencerão!

André Ebner Silva